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CASO AMERICANAS: Como reflete em nós?

Caso americanas: como reflete em nós?
Dívida da empresa chega a R$ 43 bilhões após "inconsistências contábeis" durante anos, agora como fica a vida dos brasileiros na prática com todo esse escândalo?

Desde o inicio de 2023 não tem como falar de economia sem esbarrar em outro assunto. O tal assunto é o rombo em uma das varejistas mais famosas entre os brasileiros, a Americanas. A empresa se encontra em recuperação judicial, tentando se reerguer mas uma pergunta ainda permeia nossa cabeça: Como o caso Americanas reflete em nós?

A dívida da gigante é uma conta com muitos dígitos. A própria empresa assume que são R$ 43 bilhões, número bem maior que os R$ 20 bilhões admitidos em um primeiro momento. Mas o que significa esse desfalque? Quanto a companhia deve e para quem deve? Como isso refletirá em nós? Vamos a um breve resumo!

O desfalque

Resumidamente, o desfalque veio através de um desencontro de registros do processo entre os fornecedores e os bancos.

Basicamente era: o fornecedor recebe e a companhia paga depois ao banco com os juros. Esse trâmite é legal. O rombo começou na hora de registrar esses valores.

Em vez de registrar a dívida, a Americanas registrava no balanço a dívida com o fornecedor – que não tinha juros. E isso, ano após ano, virou a famosa bola de neve que já sabemos.

Muitas dessas dívidas têm em contrato, condições variáveis, e isso só piora o caso. Os juros cresceram e os prazos diminuíram, e assim, chegou onde está hoje.

Os Credores

As Lojas Americanas deve esse montante a 16 mil credores. Ao todo, 30% da companhia é formada por três acionistas. Quando a crise de instalou, os três tentaram negociar com os bancos e ofereceram R$ 6 bilhões para tentar salvar a empresa. Mesmo assim não foi o suficiente.

Vale lembrar que grandes fundos de investimentos são credores da Americanas, como o Black Rock, mas também tem outros investidores pequenos envolvidos. Cerca de 140 mil investidores, estima-se.

Lojas em funcionamento

Paralelo à crise, as lojas tanto físicas quanto online continuam funcionando normalmente. O PROCON de São Paulo se preocupou, foi atrás e trouxe a notícia: podemos comprar como antes, sem medo.

Além desta, o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa da Concorrência) reiterou que a recuperação judicial da companhia não altera em nada o direito dos consumidores em relação á empresa.

Recuperação judicial

No processo de recuperação judicial, a companhia tentará renegociar as dívidas. Isso consistirá em chamar os bancos e fornecedores para tentar descontos e extensões de prazos. Isso pode levar meses ou até anos.

Enquanto esse processo acontece, a varejista pode tentar vender alguns ativos. Por exemplo, negócios envolvendo as outras lojas da companhia como a Imaginarium, Puket, rede Natural da Terra e Hortifruti, além de metade das lojas de conveniência do país com a BR Mania.

Como reflete em nós?

Mas como podemos imaginar, isso não afeta apenas a companhia das lojas Americanas, credores e os investidores, mas sim a nossa economia de forma ampla e também o setor de varejo no todo. Vamos as consequências práticas em nossa vida:

1 – Perda de confiança:

A diminuição da confiança dos investidores no setor varejista, acarreta na diminuição os investimentos, o que poderá desencadear problemas sérios, como por exemplo a diminuição do crescimento do setor e o aumento do custo de capital.

Logo, as empresas pagarão mais juros para conseguir empréstimos, aumentando assim os custos, o que poderá levar a uma queda no valor das ações de empresas varejistas – não só da Americanas – afetando negativamente investidores e acionistas.

2 – Demissão em massa:

Com a redução do investimento e diminuição do crescimento, as empresas podem precisar reduzir os custos, e uma das formas de se conseguir isso é cortando os empregos – seja demitindo ou não abrindo novas vagas.

Com a redução do investimento e diminuição do crescimento, as empresas precisarão fazer uma redução de custos básicos cortando empregos, o que geraria o aumento do desemprego e diminuição do consumo, levando a um maior impacto, a terceira consequência:

3 – Queda do PIB:

O nosso Produto Interno Bruto, que mede o valor total de bens e serviços produzidos dentro de um país em um período especifico, poderá ser facilmente afetado caso seja realizadas as demissões em massa, o que mais uma vez, eleva as taxas de desemprego e diminui as taxas de consumo.

4 – Dificuldade de investimento:

Outra possível consequência ruim será para os empreendedores e microempresas. Esses poderão encontrar dificuldades para obter investimentos, tanto para expandir suas operações, quanto para novos projetos, uma vez que os investidores podem estar receosos para injetar capital nesse setor.

5 – Dificuldade em competir:

Caso as grandes empresas de determinadores setores venham a sofrer com problemas financeiros, isso poderá levar a preços mais baixos e promoções, e com isso empresas menores encontrarão dificuldades em competir e em conseguir manter o preço tão baixo quanto as grandes empresas.

6 – Redução de empregos:

Ainda no ciclo das consequências acima, se as microempresas e empreendedores tiverem dificuldade em conseguir investimento e tiverem diminuição de seus crescimentos, além da dificuldade de competir, isso poderá levar a redução de custos que desencadeia – novamente – não só em cortes de empregos, mas na dificuldade econômica de abrir de novos. Enfim, o perigo do looping que já conhecemos. O famoso ciclo econômico vicioso.

7 – Marketplace:

Já para os lojistas menores que fazem vendas através do Marketplace da Americanas, dependendo do desenrolar (longo) da história, podem ser impactados negativamente também. Principalmente se a empresa depender da plataforma para fazer essas vendas.

Mais consequências negativas

Os dados apontam que em média 50% dos ovos de chocolate comemorativos de Páscoa produzidos no Brasil eram comprados pelas Americanas. Isso terá impactos até então inestimados.

Teremos ainda influência nos grandes bancos que sentirão os incômodos causados por alguma dessas consequências inevitáveis.

Segundo a companhia, um dos motivos para que a sua recuperação judicial fosse aprovada pela Justiça seria, além de evitar a falência da empresa, reduzir o aumento de preço nos ovos de páscoa.

“Apenas para elucidar o impacto do Grupo Americanas no setor varejista, […] a crise do grupo pode afetar até mesmo o preço do ovo de Páscoa, pois se trata da maior varejista de ovos de Páscoa do mundo!”

Explicou a companhia Americanas

Muito além do argumento dos ovos de chocolate, os advogados pontuaram entre os outros motivos o abalo que pode ser registrado na indústria e nos quase 100 mil empregos que são criados pela Americanas. Os juristas citaram ainda que mais de 50 milhões de brasileiros são consumidores ativos da varejista.

Para encerrar de forma otimista em prol do mercado, ficamos com a opinião cuidadosa da professora especialista em direito comercial da Fundação Getúlio Vargas, Luciana Dias.

“Embora sempre seja uma crise de confiabilidade no mercado, os credores certamente vão perder algum dinheiro com isso, e os acionistas também vão ver isso refletido no valor das ações, eu acho muito difícil a crise das Americanas se tornar uma crise sistêmica, como era a crise em 2008. Então a gente vai ver alguma volatilidade, algumas pessoas perdendo dinheiro, mas eu não acho que vá se tornar uma crise como a de 2008 que afetava o setor financeiro como um todo.”

Pontua Luciana

Pronto!

Diga o qual é a sua opinião para a economia brasileira sob influência do rombo astronômico que pode levar a Americanas à falência total.

Deixe abaixo qual é a sua previsão e se isso de fato já te atinge agora.

Fique aqui para mais conteúdos como este!

Até mais!

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