No ano de 2023, observou-se um aumento significativo nos preços de aluguéis em muitas regiões ao redor do mundo. Esse fenômeno gerou preocupações e questionamentos sobre as razões que levaram a esse aumento expressivo. Mas a pergunta é: Por que os aluguéis subiram tanto em 2023?
O aumento dos preços dos aluguéis na América Latina principalmente tem sido um desafio para muitas pessoas, devido à escalada da inflação global e ao aumento dos custos de crédito. Com a alta dos juros e a dificuldade em adquirir uma casa própria, muitos optam por alugar, o que faz com que os preços dos aluguéis subam.
Os maiores aumentos ocorreram em 2022, após a pandemia de COVID-19. Em Buenos Aires, por exemplo, o custo médio do aluguel de um apartamento subiu 126% entre março de 2022 e março de 2023. A inflação anual na Argentina, que chega a quase 109%, tornou o país o mais afetado da região.
Neste texto, exploraremos os principais fatores que contribuíram para o aumento dos aluguéis, levando em consideração fatores econômicos, demográficos e políticos. Além disso, apresentaremos exemplos concretos que ilustram essa realidade.
Principais Motivos
Crescimento demográfico e urbanização:
Uma das principais razões para o aumento dos aluguéis em 2023 é o contínuo crescimento demográfico e a urbanização acelerada. Com o aumento da população e a concentração de pessoas nas cidades, a demanda por moradias aumentou substancialmente. Essa demanda excessiva pressiona os preços dos aluguéis para cima, pois a oferta de imóveis não acompanha o ritmo do crescimento populacional.
Exemplo: Em metrópoles como Nova York, Londres e São Paulo, o crescimento populacional constante e a limitação de espaço levaram a um aumento significativo nos preços dos aluguéis, tornando-os inacessíveis para muitas pessoas.
Especulação imobiliária:
A especulação imobiliária é outro fator importante que contribuiu para o aumento dos aluguéis em 2023. Em um cenário de incertezas econômicas e instabilidade financeira, muitos investidores passaram a considerar o mercado imobiliário como uma opção segura para investimentos. Essa demanda adicional de investidores impulsionou os preços dos imóveis, refletindo diretamente nos valores dos aluguéis.
Exemplo: Em cidades como Vancouver, Canadá, e Sydney, Austrália, a especulação imobiliária desempenhou um papel significativo no aumento dos aluguéis, fazendo com que muitos moradores locais fossem deslocados por investidores estrangeiros em busca de lucros. Money Money…
Políticas governamentais e regulamentações:
As políticas governamentais também têm um impacto considerável nos preços dos aluguéis. Em alguns casos, medidas restritivas podem encarecer o processo de construção e dificultar a oferta de moradias, o que contribui para o aumento dos aluguéis. Além disso, a falta de políticas eficazes de controle de aluguéis pode permitir que os proprietários elevem os preços sem restrições. Infelizmente!
Exemplo: Em algumas cidades dos Estados Unidos, como San Francisco e Seattle, as regulamentações rígidas para construção e as leis de controle de aluguéis mais brandas resultaram em um mercado de aluguéis altamente competitivo e preços exorbitantes.
Inflação e custo de vida:
A inflação e o aumento geral dos preços também desempenham um papel significativo no aumento dos aluguéis. À medida que os custos de vida aumentam, os proprietários de imóveis são incentivados a ajustar seus preços para acompanhar a inflação e garantir um retorno justo sobre seus investimentos.
Exemplo: Em países como Argentina e Venezuela, onde a inflação tem sido alta nos últimos anos, os aluguéis aumentaram consideravelmente, pois os proprietários buscam proteger seus investimentos contra a desvalorização da moeda.
“Parte da alta dos preços é explicada como uma recuperação após sua queda durante a pandemia”
disse Vinicius Oike, analista do Grupo QuintoAndar, à BBC News Mundo
Ao Redor do Mundo
Em cidades como a Cidade do México e São Paulo, os preços dos aluguéis também seguem uma tendência de alta. A inflação em torno de 10% no México, combinada com uma menor demanda por empréstimos imobiliários e uma preferência crescente por espaços para home office, contribuem para o aumento dos preços dos aluguéis na capital mexicana. Em São Paulo, houve um boom imobiliário pós-pandemia, impulsionado pela procura por microapartamentos próximos a estações de metrô.
Na Colômbia, os preços dos aluguéis são ajustados de acordo com a taxa de inflação, mas muitas negociações não seguem essa tendência. Os proprietários podem ter dificuldades em baixar os preços devido à dependência do aluguel como fonte de renda, enquanto os inquilinos podem enfrentar dificuldades em arcar com aumentos de 13% nos preços dos aluguéis.
No Peru, apesar da crise econômica e política, os preços dos aluguéis em Lima não diminuíram. A escassez de terrenos disponíveis para construção, o aumento dos materiais de construção e a incerteza política têm contribuído para o aumento dos preços dos aluguéis na cidade.
No Chile, embora a inflação seja próxima a 10%, os preços dos aluguéis em Santiago não têm acompanhado essa tendência. Muitos aluguéis são fixados em relação ao índice de Unidade de Fomento (UF), o que resulta em uma aparente queda de 9,5% nos preços quando ajustados pela inflação.
Boas projeções
Em contrapartida a todos esses dados acima, segundo os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-M registrou uma variação negativa de -1,93% em junho de 2023, após já ter apresentado queda de -1,84% no mês anterior, em maio. Ufa!
Com esses resultados, o índice acumula uma baixa de -4,46% no ano e de -6,86% nos últimos 12 meses. Este é o período usado justamente para o cálculo do reajuste de aluguel em contratos que têm o IGP-M como base.
O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) é um indicador econômico utilizado no Brasil para medir a variação dos preços no mercado em geral. Ele é divulgado mensalmente pela FGV e é amplamente utilizado como referência para o reajuste de contratos, principalmente contratos de aluguel. Viu como sempre explicamos tudo…
Comparando com o mesmo período do ano anterior, o IGP-M apresentou uma variação positiva de 0,59% em junho de 2022 e um acumulado de alta de 10,702% nos últimos 12 meses.
O IGP-M é composto por três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo Mercado (IPA-M), que teve uma queda de 2,73% em junho. O Índice de Preços ao Consumidor Mercado (IPC-M), que registrou uma variação negativa de -0,25% no mesmo período. E o Índice Nacional de Custo da Construção Mercado (INCC-M), que teve um aumento de 0,85% em junho.
Compreendendo os setores
A queda no IGP-M foi impulsionada, entre outros fatores, pela diminuição dos preços dos combustíveis na refinaria, com destaque para uma queda de 13,82% no preço do diesel e de 11,69% no preço da gasolina. Além disso, importantes commodities agropecuárias também registraram quedas nos preços, como o milho (-14,85%) e os bovinos (-6,55%). No índice de preços ao consumidor, a contribuição veio principalmente dos preços da gasolina (-3,00%) e dos automóveis novos (-3,76%). Já no setor da construção civil, o índice foi impulsionado pelos preços da mão de obra, que registraram um aumento de 1,81%.
Falamos um pouco deste assunto nesse artigo completo sobre a deflação que está ocorrendo nos dias atuais. Veja e fique atualizado sobre o conteúdo para compreender inteiramente estas oscilações.
Esses dados são obtidos a partir da comparação dos preços coletados em um período específico, que vai de 21 de maio de 2023 a 20 de junho de 2023 (nosso período de referência), com os preços coletados no período de 21 de abril de 2023 a 20 de maio de 2023 (período base).
“A inflação ao produtor registrou nova deflação, agora impulsionada pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria. No âmbito do consumidor, índice que registrou queda de 0,25%. Na construção civil, o índice avançou dada a influência dos preços da mão de obra, que registrou alta também. Já a variação de materiais, equipamentos e serviços registrou queda de 0,09%”,
afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Pronto
Os aluguéis subiram tanto em 2023 devido a uma combinação de fatores. São eles o crescimento demográfico, a especulação imobiliária, as políticas governamentais e as pressões inflacionárias. Esses fatores têm impacto direto na oferta e demanda de moradias, influenciando os preços dos aluguéis em todo o mundo.
Porém é fundamental levarmos em consideração a deflação atual e as oscilações variantes que estão ocorrendo em nossa economia. Assim, é importante que os governos e as autoridades competentes adotem medidas adequadas para equilibrar o mercado imobiliário, garantindo o acesso justo e acessível à moradia para todos.
E você? Já tinha percebido essas oscilações de preços nos aluguéis? Como isso refletiu no seu dia a dia?
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